A melhor
maneira de conhecer uma cidade é perder-se nela escrevera Benjamin... Imagino
que isso não seja valido apenas para as cidades. Os bons encontros, seja com
qual corpo for, estão repletos de perdições. Eles exigem que tenhamos um devir
flâneur para conhecer o outro e a si mesmo na invasão das intensidades
produzidas. Quanta dor há num encontro, mesmo que seja bom, nele ficamos em
pedaços, rachados pelo outro que insiste em nos habitar em sua diferença. O
desamparo trágico do encontro nos faz vacilar, ativa certas defesas para a não
efetuação da alteridade proposta pelo outro. Resistimos...
O que pedimos
ao outro, neste momento de vertigem, para além de sua diferença catastrófica em
nós, é um abraço. Abraço que nos envolve com sua alteridade, mas que ao mesmo
tempo, nos embala para que nossa fragilidade possa ser afirmada e não escondida
pela vergonha de ser fraco. Morremos e nascemos a partir de um abraço, flanamos
por suas intensidades, desvelamos o outro em nós, a pequena morte insiste em
ser abraçada...