E agora, José?
A festa acabou,
a mito minguou,
o povo sumiu,
a sexta nocauteou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é da Havan,
que zomba dos outros,
você que faz arminha,
que mata e contesta?
e agora, José?
Está sem dinheiro,
está sem curso,
está sem gasolina,
já não pode beber,
já não pode fumar,
Comer já não pode,
a sexta esfriou,
o dia não veio,
A vacina não veio,
o auxílio não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo roubou
e agora, José?
E agora, José?
Sua canalha palavra,
seu instante de delírio,
sua gula e milícia,
sua loja de chocolate,
sua mansão de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?
Com a arma na mão
quer matar até a porta,
não existe porta;
Não tem como se defender,
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você saísse
se você caísse,
se você tocasse
a marcha fúnebre,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para o impeachment!
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