O fato é que no momento da distração e até mesmo do não querer pensar é
que ocorre aquilo que desejamos escrever, mas que sempre acabamos por deixar de
lado por imaginar que existirá o momento propício para isso.
Pobre escrita que sucumbe em sua naturalidade quando ambicionamos fazer
dela uma burocratização. Os traços neuróticos que tomamos para nós como
segurança numa determinada produção somente aniquila o Ato singelo da criação.
O pior disto é que não ocorre somente com a escrita. Por comodidade
efetuamos isso por todos os lados de nossas vidas - a cercamos com arame farpado.
Atos direcionados em oposição à liberdade da invenção.
Creio que isso possa ter relação com o medo da morte, já que invenção
sempre vem acompanhada do falecimento daquilo que tínhamos programado por hora.
Logo, podemos presumir que a invenção é a maior de todas as assassinas! Mata o script ao nos jogar para o improviso.
Lugar do inesperado paradoxalmente tão esperado pelos humanos medrosos que
ficam a protelar tal instante. Como já dissera Nietzsche: Humano, demasiado
humano!
Finalizando por hora, uma última frase inspirada por Nietzsche: a
revolução, a paixão e a criação somente são possíveis em momentos de
esquecimento.
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